O que você queria ser quando crescesse?

Eu desejei ser várias coisas quando era pequena. O que eu mais me lembro era de querer ser professora e pediatra. Sempre gostei de crianças e tinha a ideia de que gostaria de trabalhar com elas. As crianças seguem sendo fantásticas e muito parte da minha vida, mas não consigo me imaginar trabalhando com elas.

Quando eu era pequena, cheguei a fazer adesivos para vender na escola e desde lá já empreendi em um monte de coisa. Já fiz bolsas, quadros, roupinhas de bebê… Mas se tem uma coisa que eu não desejaria ser: é empreendedora. Curioso, né?! Empreender foi muito natural e uma escolha para mim depois da maternidade principalmente, mas não foi por aptidão ou talento. Não sei se alguém nasce com o dom para isso. Com o dom para fazer várias coisas de diversas habilidades diferentes. Para empreender, você tem que ser o financeiro, o administrativo, o comercial e o marketing do próprio negócio. Será possível ter todas essas habilidades bem coordenadas? Bom, para mim, não foi possível. Sigo aprendendo em cada uma das tarefas e, pior que isso: quando você empreende você vai errando e batendo a cabeça na parede até acertar. Não tem guia, não tem um direcionamento… Nada.

Além disso, tem a romantização de empreender: trabalhar de onde quiser ou sua liberdade do trabalho. Mas a que custo? Você está pronto para isso? Você também não tem férias, 13º salário, o faturamento pode ser incerto, não tem horário para começar e acabar. Mas, pera! Eu gosto de empreender, tá?! Só não acredito que seja para qualquer um e, muito menos que seja fácil. Todo mês penso em desistir, navego por vagas de emprego, me pergunto se tem um caminho mais fácil e me frustro de imaginar que todo mundo tá riquíssimo. Mas aí eu também paro e me pergunto: é isso que você quer? Trabalhar para ser riquíssima? Não.

Não mesmo. Empreender para mim, foi uma escolha feita com muito privilégio. Eu escolhi empreender para estar mais perto das minhas filhas. E foi só (“só”) por isso. Depois, escolhi que queria fazer marcas para empreendedories, em especial mães e mulheres como eu, que optaram (ou foram forçadas pela falta de mercado de trabalho) a empreender. Então, empreender para mim atualmente é ser responsável por dar forças a essas novas marcas e, também por elas, quero continuar a empreender. O que me enche de energia é colocar novos empreendedories no mundo e fazer eles acreditarem que o que fazem pode fazer diferença. É o que me faz vibrar. O que move é sempre o propósito. 

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